Varia Historia é uma publicação da Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, versão impressa ISSN 0104-8775, versão online ISSN 1982-4343.

Nossa missão é publicar artigos originais e inovadores de história, promovendo o diálogo entre os membros da comunidade acadêmica internacional e contribuindo para a renovação historiográfica.

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Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, sala 4144, 31.270-901, Brasil. Emailvariahis@gmail.com.

Chamadas para os próximos dossiês

Os dossiês serão publicados de forma contínua.

As propostas selecionadas para os próximos anos receberão contribuições até as datas-limite indicadas abaixo. Cada dossiê contará com uma apresentação das organizadoras e dos organizadores, a ser redigida após a aprovação de todos os artigos que o comporão.

O prazo para submissões de todos os dossiês de 2025 foi prorrogado até 31 de maio

2025

(Re)pensar a História Cultural: As contribuições de Natalie Zemon Davis à historiografia

Organização: Caroline Garcia Mendes (Universidade Federal do Mato Grosso, Brasil)

Marcella Miranda (Universidad Nacional de Educación a Distancia, Espanha)

Verônica Calsoni Lima (Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Brasil)

Prazo para submissões: 31 de março de 2025

Em seus quase cinquenta anos de produção historiográfica, Natalie Zemon Davis se preocupou com o diálogo entre passado e presente, bem como com a ludicidade e a tragicidade da História para trazer luz às experiências e trajetórias de sujeitos marginalizados, como trabalhadores, mulheres, camponeses e populações pobres. Culturas do Povo (1975), seu primeiro livro, atravessava a discussão sobre a cultura popular na Época Moderna, com ensaios sobre os ritos de violência, as greves, a religiosidade e as atividades desenvolvidas por mulheres no espaço urbano. Sua obra mais famosa, O retorno de Martin Guerre (1983), consolidou-se como referência na abordagem da História Cultural e nos estudos de microhistória, relatando as práticas cotidianas de uma vila do Languedoc por meio da história da usurpação da identidade do camponês Martin Guerre por um falsário. Embora a dicotomia entre cultura erudita e cultura popular tenha sido vastamente criticada e debatida nas décadas subsequentes às primeiras publicações de Natalie Zemon Davis, seus trabalhos não perderam a importância entre os estudos históricos. Ela continuou a ser lembrada como uma das grandes historiadoras do século XX por seu cuidado com o simbólico, as performances e as agências dos sujeitos históricos.

Visando homenagear seu legado frente ao seu recente falecimento (2023), o presente dossiê pretende oferecer um espaço de reflexão sobre o estado da questão da História Cultural nos dias atuais, reunindo trabalhos mais atualizados no campo da História Moderna. Buscamos identificar as categorias analíticas que atualmente são mais utilizadas para interpretar aspectos da História Cultural, com intuito de avaliar as transformações (ou não) em relação às premissas da Nova História Cultural, com a qual Zemon Davis tanto contribuiu. Também procuramos averiguar o grau de fragmentação do campo, tendo em vista algumas das críticas dirigidas ao conhecimento na era pós-modernista. Com isso, esperamos reavaliar a produção de Natalie Zemon Davis, que ajudou a consolidar a História Cultural como campo de conhecimento próprio e autônomo, e ao mesmo tempo atrativo e imaginativo a gerações de historiadores e historiadoras.

História oral e história pública: Debates e tendências

Organização: Tatyana de Amaral Maia (Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil / Universidade do Porto, Portugal)

Alessandro Casellato (Università Ca' Foscari, Itália)

Prazo para submissões: 31 de março de 2025

A proposta deste dossiê é reunir artigos resultantes de pesquisas dedicadas às novas possibilidades de construção do conhecimento histórico promovidos pela história oral e pela história pública nos países latinos da Europa (Portugal, Espanha, Itália) e latino-americanos. Assim, busca-se compreender em que medida e como a relação entre história pública e história oral pode de fato contribuir com a produção do conhecimento histórico.

Serão bem-vindas pesquisas que trabalhem a dimensão relacional entre história oral e história pública, assim como trabalhos “em” história oral e história pública ou “sobre” história oral e história pública, tais como: o movimento da história pública e suas relações com o movimento da história oral; a fonte oral na escrita da história e na sua comunicação pública; a história oral e as demandas sociais no tempo presente; história oral e cultura digital; história oral e migrações no tempo presente; história oral, história pública e pandemia; história oral e trabalho de memória; a história oral e a história pública nos laboratórios e grupos de pesquisa nas universidades e institutos de pesquisa ibero-americanos, portugueses, espanhóis e italianos.

Outra abordagem que nos interessa é refletir sobre a construção e o uso da categoria “história pública”, entre os diferentes países. Afinal, por que alguns países adotaram o termo “public history”, sem tradução, como foi o caso da Itália, enquanto outros, como o Brasil, optam por história pública? O quanto esses usos implicam formas distintas de elaborar esse movimento polissêmico?

Política, sociedade e trabalho nas fronteiras coloniais da América indígena:
América portuguesa e Nova Espanha, séculos XVI-XIX

Organização: Gustavo Velloso (Universidade Federal da Bahia, Brasil)

Manuel Méndez Alonzo (Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, Espanha)

Prazo para submissões: 31 de março de 2025

Um dos principais desafios atuais que se colocam para os estudiosos da América Indígena é promover investigações cujas óticas analíticas superem os enquadramentos geográficos correspondentes exclusivamente a cada um dos Estados nacionais contemporâneos. A abertura dos historiadores para a observação dos universos ameríndios em seus próprios termos, lógicas e complexidades implica reconsiderar as delimitações ainda correntes de viés nacionalista, sintetizadas em expressões tais como “índios do Brasil”, “populações indígenas do México”, “nativos do Peru” e assim por diante. Em especial, cumpre atentar para as simultaneidades e conexões que aproximam diferentes realidades históricas de contato e interação entre grupos sociais indígenas e não indígenas da Primeira Modernidade, atentando comparativamente para suas diferenças, semelhanças, eventuais e/ou prováveis interconexões. Isto potencialmente favorece o enquadramento de nossas análises em balizas sociais e culturais mais amplas – inclusive, com proveito, marcos de dimensão continental.

Nesse sentido, o dossiê aqui lançado acolherá artigos com temáticas particulares que transitem entre os diferentes momentos da experiência social das populações ameríndias do século XVI ao XIX, como a normatividade, o trabalho, as migrações, a demografia, as formas de instalação no espaço, o comércio, a educação, a diplomacia, a atividade guerreira, dentre outros. Serão privilegiadas aquelas contribuições cujos recortes espaciais contemplem ao menos um dos espaços jurisdicionais da América portuguesa e/ou do vice-reino da Nova Espanha, sobretudo se comparando-os e/ou explicitando suas eventuais articulações sob conjunturas históricas comuns.

Além dos dossiês, recebemos artigos em fluxo contínuo ao longo do ano (ver Instruções).

Lista de Pareceristas - Processos Editoriais

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